sexta-feira, 31 de julho de 2009

Os Mestres da HQ


Eu leio os Quadrinhos destes gênios desde meus 5 anos de idade. E acabei de ler o magnífico, bombástico, excelente "A Era de Bronze dos super-heróis" (Ed HQM) do meu amigo e ótimo escritor Roberto Guedes.
Imagine se naquela época existisse um blog e diariamente, postassem tudo o que se relacionava aos projetos, criações, intrigas, puxadas de tapete, mobilizações, grandes discussões, segredos e grandes sacadas das mentes que produziam e editavam os Quadrinhos nos EUA?
Pois é isso que o Guedão (como é chamado na roda) fez. Um verdadeiro Blog Diário contando o que rolou de 1970 a 1985 no Mundo dos Comics nos EUA.
"Através da leitura de A Era de Bronze dos Super-Heróis – um verdadeiro dossiê histórico-jornalístico –, o leitor terá acesso a dezenas de depoimentos dos mais importantes roteiristas, editores, desenhistas e estudiosos americanos que viveram com intensidade toda essa época, entre eles: Stan Lee, Frank Miller, Roy Thomas, Chris Claremont, Tom DeFalco, Jenete Kahn, John Romita, Neal Adams, George Pérez, Julius Schwartz, John Byrne e Marv Wolfman (alguns destes, inclusive, foram especialmente entrevistados pelo próprio autor), com detalhes de bastidores esclarecedores quanto ao processo de criação de revistas e personagens, sobre as desavenças profissionais e a luta classista por direitos autorais. Além, claro, de um capítulo inteiro dedicado a Jack Kirby, que criou uma mitologia toda própria através dos anos."
É claro que a turma que retratei nesta carica coletiva é mais antiga. E se dedicaram ao trabalho na King Features, mas também colaboraram na Marvel e DC.
O lance é que, conforme eu fui lendo esta maravilhosa obra (se você ainda não leu, leia), fui me informando e deliciando com a rede de intrigas que envolve o GRANDE MERCADO DOS COMICS!
Valeu, Guedão, você é demais!

domingo, 26 de julho de 2009

Burle Marx e Dom Manuel Garcia Ferré


Carica do grande arquiteto, paisagista e artista plástico Burle Marx para exposição organizada pela Escola de Arte Pandora, onde dou aula.
A expo será montada no Parque Ecológico de Campinas no evento de Arquitetura CasaCor.






“EL SOMBRERITUS” INVITA





Estimado Bira Dantas, mi nombre es Carlos Carella y llevo adelante “El Sombreritus Blog”









un espacio dedicado a recordar el Mágico Mundo de Don Manuel García Ferré y sus entrañables personajes. El motivo de este mensaje es INVITAR a dibujantes, artístas plásticos, diseñadores y a toda aquella persona que se “anime” con el lápiz, el pincel, las esculturas ó la computadora, etc., etc. a enviarnos una imagen inédita para engalanar un nuevo espacio en Homenaje a la Obra de Don Manuel García Ferré. Condiciones del dibujo: - Tema: Personajes de García Ferré (Hijitus, Anteojito, Antifaz, Pi-Pío, etc. etc. etc.) que por supuesto pueden estar interactuando.






- Técnica: libre



- Tamaño: A4



- Enviar la ilustración ó foto de la escultura, maqueta, etc. en 300 dpi



- El trabajo debe tener un título, el nombre ó seudónimo de quien lo realizó y la técnica que utilizó para pintar ó realizar la obra.



- Quienes así lo deseen pueden adjuntar dirección de e-mail, página web ó blog propio para que los visitantes puedan escribirles y/o visitar sus páginas web y/o blogs. Las imágenes deberán enviarse a la siguiente dirección:









FECHA DE ENTREGA DEL TRABAJO:



Desde el 1 de Junio hasta el 2 de Agosto de 2009



Los contactos con dibujantes que tengo son acotados por lo tanto agradeceré que puedan reenviar este mensaje a colegas que puedan estar interesados en la propuesta. Desde ya muchas gracias.






Atte. Carlos Carella PD: ante cualquier duda ó consulta escribir a:



quarta-feira, 22 de julho de 2009

MAURICIO DE SOUZA, 50 ANOS DE HQ



Um estágio rápido vapt-vupt...

O Estúdio do Mauricio foi o primeiro que conheci.

Eu havia publicado duas páginas de HQs na página "Futuro Artista" da Folhinha de S.Paulo. Isso já tinha sido uma glória, era o jornal que publicava Os Bandeirantes de Moretti (que futuramente eu conheceria e me tornaria amigo) e Nicoletti.


Minha prima Goya, grande colecionadora de gibis da Turma da Mônica sugeriu que eu entrasse em contato com a jornalista Eunice Veiga, editora da seção na Folhinha e marcasse um bate-papo com o Mauricio, minha mãe deu a maior força. Foi o que fizemos.Era o ano de 1977.Eu tinha 13 anos e muita expectativa.Depois de uma agradável conversa com o Maurício, a quem mostrei vários desenhos e gibis de super-heróis que eu fazia, ele disse que meu estilo não batia muito com o do estúdio, que era mais infantil.


Elogiou meu traço, deu parabéns pelo empenho. E me convidou a fazer um estágio à distância (desses que o moleque deixa as páginas desenhadas e o pessoal do estúdio envia de volta pelo Correio, com comentários) e ao pé do ouvido falou para que eu não levasse mais a família a tiracolo (eu tinha ido com minha mãe, que sempre deu a maior força para que eu me dedicasse aos Quadrinhos e a Goya, prima tiete).


Aí disse que iria me apresentar a um desenhista que realmente ia me interessar: grande e saudoso Jayme Cortez, seu diretor de Arte. Foi um show. Cortez além de me presentear com A Técnica do Desenho e o Zodíako, me deu uma aula de anatomia e de como escolher bons desenhistas para copiar, que não esqueço até hoje. Mas disse que eu não devia copiar pra sempre, tinha que buscar meu estilo. Depois de algumas páginas ampliadas do Pelezinho e Mônica calcados no traço do Zé Márcio Nicolosi (diretor de arte de animação e um dos desenhistas mais fantásticos do estúdio MSP), percebi que não tinha "pegado" o estilo da Turma da Mônica.Mas, esta experiência me propiciou dar um novo pulo (a vida é sempre assim, né?)


Em 1979, o Estúdio Ely Barbosa produzia quadrinhos Hanna-Barbera para a Rio Gráfica Editora e publicou um anúncio em jornal: "Precisa-se de Desenhista de História em Quadrinhos com ou sem experiência". Minha mãe, dona Lourdinha, que lia o jornal, recortou o anúncio e lá fui eu, do Tatuapé para a avenida Indianópolis, do outro lado da cidade. Cheguei, sem experiência, mas com uma pasta a tiracolo cheia de desenhos: HQs de super-heróis, uma quadrinização de O Guarani que fiz para a escola e algumas páginas ampliadas dos personagens do MSP.Foi este conjunto que me garantiu uma vaga no estúdio do Ely.Por isso, homenageio este grande nome do Quadrinho Nacional e seus 50 anos de produção e defesa apaixonada por tudo isso que fazemos e pelo que fizeram nomes como Araujo Porto-Alegre, Angelo Agostini, Rian, J.Carlos, Yantok, Belmonte, Luiz Sá, Storni e dezenas de outros que Mauricio sempre faz questão de homenagear em suas HQs históricas e antológicas.


Citando meu amigo Tietê:

"Dia 18 de julho, fez 50 anos que o Maurício de Sousa publicou a primeira do Bidu e Franjinha,que depois se tornou a Turma da Mônica. E para comemorar, vários cartunistas em uma ação virtual,publicaram em seus blogs as respectivas homenagens a esse mestre dos quadrinhos nacional.Confira o blog oficial do projeto


organizado pelo Wesley Samp, de Os Levados da Breca."
MINHA NOVA COLUNA NO BIGORNA
Falando sobre HQs em Porto Alegre e Canoas
FUI ENTREVISTADO PELO PROGRAMA ESPELHO URBANO DA PUCC
Ótima entrevista dos alunos do quarto ano do curso de jornalismo da PUC Campinas. Editada por Matheus Filippi e Maiara de Lima e conduzida pelo Matheus Pezzotti. A edição final ficou a cargo de Bruno e Edson. A professora de jornalismo é minha amiga Ivete Cardoso.
Entre os depoimentos aparecem o da minha filha Thais, do Ricardo Quintana (sócio da Escola Pandora) e do João Antonio (dos Arquivos Incríveis) que apesar de não fazer parte da AQC (pequena falha), é um grande pesquisador de HQ e caricatura (me ajudou em D.Quixote ao Gonçalo Jr, na biografia do Colin).
A criatividade na criação, condução e finalização é uma prova de que há estudantes inteligentíssimos e talentosos nos cursos de jornalismo. O que é um alento, pois podemos esperar um futuro brilhante para jovens como estes.
http://www.youtube.com/watch?v=YNQmfS0QL8Y

quarta-feira, 15 de julho de 2009

ENTREVISTA COM EDUARDO VETILLO



Na carica (feita após a Missa de Sétimo Dia do Ely Barbosa): Daniela, Gualberto e Vetillo.



Fui assistente de Eduardo Vetillo. Meu trabalho era passar seus desenhos (feitos em folhas de papel sulfite grosso com marcação em azul de quadros e linhas para letreiramento) a limpo, numa folha de Schoeller, seguindo as alterações que o Edu determinava (como posicionamento de personagens e cortes). Claro que no começo eu apanhava muito para reproduzir os traços sutis de expressão dos esboços originais. O estúdio do Eduardo ficava na Lapa, era um galpão de fundos de uma casa na rua Pontaporã, metade do Ismael dos Santos (que produzia material para a TV Cultura e dava aula, onde passaram conhecidos meus como o Spacca e o Riba), metade do Eduardo, que dividia a sala com o Walter Caldeira (pintor impressionante) que na época produzia capas de livros e reproduzia, em guache, cenas históricas brasileiras criadas por Ivan Wasth Rodrigues. Eu trabalhei um ano como assistente do Eduardo, até o dia em que ele me disse que o projeto Trapalhões estava crescendo, precisava de novos desenhistas e que eu já estava apto para bater asas próprias. Leia mais aqui:

http://chester.blog.br/archives/2007/05/bira_dantas_e_o.html
http://www.bigorna.net/index.php?secao=birazine&id=1173761595

A PRIMEIRA PARTE DA ENTREVISTA

Nome completo, idade e onde nasceu:
- Eduardo Vetillo, 67 anos e nascido em SP, capital, nesta Paulicéia Desvairada.

Na sua infância, quais eram seus personagens de Seriados e Quadrinhos favoritos?
- Rip Kirby, de Alex Raymond e Tony Corisco, de Frank Robbins.

Como foi o começo de sua carreira?
- Foi trabalhando em pequenas agências de propaganda.

Qual foi o seu primeiro trabalho com HQ ou Ilustração?
- Foi um trabalho sobre a independência do Brasil para a Editora Edrel.

Conte como aconteceu sua viagem para os EUA e do curso que fez na Escola de Arte. Você consertava as telhas das casas para se manter. Como aprendeu isso? Alguma vez caiu do telhado?
- Foi para aprimorar as técnicas de ilustração e consertava telhados sim, mas felizmente nunca caí.


Você sempre fez caricatura?
- Não, foi de uns sete anos para cá.

Quando aconteceu sua entrada na Abril? Que personagens você mais desenhava, além do Urtigão? De quem eram os roteiros que você desenhava e quem fazia sua arte-final?
- Foi em 1974. Além do Urtigão, desenhava também o Peninha, mas não me lembro de quem eram os roteiros e a arte final.

Antes dos Trapalhões você desenhou Hanna-Barbera no estúdio Ely Barbosa. Lembro-me em especial de suas HQs de “Jana das Selvas” (publicada no Brasil pela Ebal com o nome original: Rima). O que você mais gostava de fazer e porquê?
- Era exatamente a Jana das Selvas, que mais combinava com o meu estilo.

O que representou na sua carreira ter sido desenhista do gibi “Os Trapalhões”? Como foi a experiência de ter tido um assistente? Durante quantos anos você desenhou o gibi? O que você achou do Ely ter abolido a arte-final nas HQs? Por que a revista parou de ser publicada?
- Foi um período muito profícuo, o assistente (Bira) foi importantíssimo e desenhei o gibi por três anos - o Ely preferia o traço a lápis espontâneo do desenhista. A revista parou unicamente porque a Bloch Editores se preocupou somente com o telejornalismo , que foi sua ruína), e o mesmo aconteceu com o Spectreman, que foi até o número 32.

Você sempre caricaturou o pessoal do estúdio nas HQs dos Trapalhões, era só por brincadeira ou você pensava em imortalizar os companheiros? Eu sempre achei que você era o Al Capp brasileiro, pelo traço satírico e caricatural, retratando de maneira super-humorística os tipos brasileiros, do vendedor de picolé, mate gelado, puxador de carroça, engraxate, caipira, executivo, ao operário. Você foi influenciado pelo genial criador de Lil’ Abner, o nosso Ferdinando Buscapé?
- Era só por brincadeira. Fui sim influenciado pelo Al Capp, mas meu grande ídolo nas HQ foi Alex Raymond.

segunda-feira, 13 de julho de 2009